Uma fruta apodrecida, quando
próxima à fruta boa, tende a estragá-la também. É um processo natural. Você,
com certeza, já observou esta experiência.
Após uma breve pesquisa,
constatei que, durante sua atividade metabólica, os frutos emitem um gás
incolor e inodoro chamado etileno. É um agente de amadurecimento, digamos
assim. Quando em contato uns com os outros, os frutos produzem mais desse
hormônio, antecipando seu processo de maturação e posterior apodrecimento.
Há pessoas que se assemelham a
esses frutos apodrecidos. Em um grupo, seja de amigos ou de colegas de
trabalho, apresentam-se bem, sempre sorrindo, prezam pela popularidade, querem
evidência. Entretanto, sua alma e mente são doentes. E é isso que vai fazê-la
tentar o tempo todo afetar o bem-estar por onde passar. Sua boca exala maldade
e sua impressão é constantemente ruim acerca de tudo e de todos.
Engraçado é que pessoas assim só
se tornam um problema para outras pessoas porque seu amadurecimento é
tardio, o oposto da fruta. Elas não podem ser contrariadas, não dominam
suas carências, não conseguem lidar com conflitos da alma. Isso independe de
bens materiais, de família, de realização profissional. Não há o que as
complete integralmente e lhes ofereça um conforto existencial. Elas jamais estão
contentes, o sorriso não é sincero e a alegria só estampa o rosto quando zombam
do outro, riem do outro ou apontam defeitos no outro. Quando encontram alguém
que partilha dessa nocividade elas ganham força. É aí que se tornam bactérias a
se proliferarem.
A diferença é que a fruta podre
está lá na fruteira. Qualquer pessoa pode constatar seu estado e jogá-la fora
ou transformá-la em adubo orgânico. Já a “pessoa podre” não demonstra
fisicamente que ela é nociva. Em um grupo, ela vai ficando, contaminando os membros
com sua crueldade, tentando influenciar comportamentos. Depende de cada um
observar como ela se porta e passar a manter distância.
Manter um afastamento da fruta
podre de cada dia não nos deixa livres de críticas, mas nos torna leves e bem
mais felizes.
Voltando um pouquinho a falar da
fruta, eu diria que, para aproveitarmos o melhor dela, devemos consumi-la
rapidamente ou, em alguns casos, colocá-la na geladeira para retardar um pouco
seu amadurecimento.
Já, para extrairmos o melhor do
conteúdo de uma pessoa podre, o melhor a fazer é pedir que ela se sente em um
iceberg, em posição de meditação e sozinha, claro, para refletir sobre sua
conduta, a fim de acelerar seu amadurecimento ou, em alguns casos, pedir que
ela morra e nasça de novo.
Falando em “ser humano”, sou mais
a segunda opção.
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